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“A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu. Creio em um Deus  pessoal e posso dizer que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia atéia. Não há oposição entre a ciência e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam idéias que datam de 1880.

Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas. No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que estes cientistas costumam pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis. Ora, essa indeterminação, no plano da matéria, abre lugar à intervenção de uma causa, que produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações dessemelhantes e contraditórias da matéria. Há, porém, várias maneiras de se representar Deus. 

  •  Alguns o representam como o Deus mecânico, que intervém no mundo para modificar as leis da natureza e o curso dos acontecimentos. Querem pô-lo a seu serviço, por meio de fórmulas mágicas. É o Deus de certos primitivos, antigos ou modernos. 
  • Outros o representam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece distâncias. 
  • Outros, enfim, como o Deus interior que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciência.”  

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“A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico. Este é o semeador da verdadeira ciência.  Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.

Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias e a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas, esse conhecimento, esse sentimento está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.

A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica.

Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos. Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível universo, é a idéias que faço de Deus.”

ALBERT  EINSTEIN (1879-1955)

Conforme sempre nos fala nosso querido Pai Joaquim, nossa fé não deve se limitar apenas aos momentos em que estamos no terreiro, participando de algum ritual ou atividade da Umbanda.  É relativamente fácil  desenvolver a fé nos Guias e Orixás, diante do contato visual ou da experiência de sentir as vibrações mais elevadas naquele momento. Porém no dia a dia, vivenciando todas as experiências que a vida nos reserva, muitas vezes nem lembramos dessa palavra.   Diante de qualquer infortúnio, de qualquer contrariedade que enfrentamos, procuramos as razões no próprio mundo, na situação mas nunca, ou quase nunca, enxergamos estas oportunidades para engrandecimento pessoal. Verdadeiras aulas de humildade, paciência, tolerância, etc. que simplesmente deixamos escapar entre os dedos.  Nos esquecemos que nada acontece por acaso, nada acontece sem que seja da vontade de Deus.

Ainda segundo o Pai Joaquim, todos os nossos sofrimentos existem apenas pela nossa falta de fé!

Mesmo na situação oposta, com as bênçãos que recebemos diariamente a começar pela benção da vida, de mais um dia de vida, quantas vezes nos lembramos de agradecer a Deus?  E quando podemos nos proteger do frio ou do calor, nos alimentar ou temos uma cama para dormir?

Não se trata de se tornar um fanático, que faz uma oração a cada passo ou que fica filosofando sobre um tropeço na calçada… “por que tropecei?”

Mas também não precisamos ser religiosos no terreiro e ateus na rua!

A fé em Deus,  criador de todas as coisas, Onipotente, Onisciente e Onipresente, o Verbo, o Amor…nosso Pai criador, se desenvolve principalmente pela observação de sua obra, no dia a dia em tudo o que vivenciamos.  E esta é a fé mais importante, mais valiosa: Amar a Deus sobre todas as coisas.  Mas só poderemos amá-lo assim pelo desenvolvimento de nossa fé.  E só conseguiremos desenvolver esta fé pela contemplação de sua obra.  Deus não vai vir pessoalmente se apresentar a ninguém:

“Oi, Eu sou Deus, seu criador. Acredita em Mim agora?”

Observando com atenção absolutamente tudo o que nos cerca, com a certeza de que nada é fruto do acaso, então poderemos começar a olhar pra dentro, e nos entender como fruto dessa criação.  Quando conseguirmos fazer isso estaremos no caminho de encontrar Deus dentro de nós. E eu acredito ser esta a maior realização que cada um pode conseguir.

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