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Qual o propósito da Umbanda? Parte 2

A Umbanda é realmente uma religião incrível, principalmente no contexto atual em que vivemos.

Sabemos que o nosso planeta está passando por uma importante transformação, deixando de ser um mundo de expiação e provas para se tornar uma terra de regeneração.  O momento é de escolhas e definições.  Não dá mais pra ficar em cima do muro.

O tempo urge.

Parece que toda a humanidade está passando por uma “dinâmica de grupo”, donde vai se separar o joio do trigo.  Quem é bom está sendo testado em suas convicções; quem ainda não se decidiu está sentindo o muro chacoalhar e vai ter que cair para um dos lados e mesmo os maus, tem uma última oportunidade de se regenerar, ou de reafirmar sua posição.

Neste panorama a religião se apresenta como uma escola poderosa para todos os níveis de pessoas.  É campo inesgotável de trabalho aos de boa vontade, oportunidade valiosa aos indecisos e talvez o “farol no meio da tempestade” aos ignorantes do bem.

É aí que a Umbanda se mostra uma religião moderna e perfeitamente adequada às necessidades atuais do ser humano.  Sutilmente escondidos em dois fatores que são os mais criticados desta religião, estão seus pontos mais fortes: a “não codificação” e o ritual.

Quanto a codificação, de fato a Umbanda não possui uma.  O único aspecto comum entre diferentes “casas” (digo casa pois nem o prefixo é unanimidade: Centro, Terreiro, Tenda, Templo, Casa) de Umbanda é a manifestação de espíritos desencarnados trabalhando para o bem.  No mais, é como se cada dirigente fosse seu próprio “Papa”. Não há homogeneidade nem quanto as 7 Linhas.

Mas isso, antes de ser um defeito é uma virtude!

Pode-se dividir a sociedade em infinitos grupos separados por quaisquer aspectos.  Mesmo dentro de uma religião estas divisões são facilmente observadas.

Então, aí começamos a entender com mais facilidade as diferenças quanto à frente de trabalho entre várias casas de Umbanda.  Existem casas onde os trabalhos se realizam principalmente quebrando demanda com Malandros, Exús ou Boiadeiros; outras onde os trabalhos de cura se avultam sob a regência de Caboclos ou Pretos Velhos; outras ainda onde o trabalho de simples conselheiros, quando não apenas ouvintes para o desabafo são importante frente de trabalho.  Existem casas onde a parcela cristã se faz mais presente; também há casas onde o culto aos Orixás africanos é exclusivo.  Têm casas onde só trabalham Índios, Pretos Velhos e Crianças… Na verdade, não têm duas iguais!

Na Umbanda se louva Oxalá, Osalá e, por que não, Jesus Cristo.

Isso tudo ocorre para que todos os que se sintam atraídos à religiosidade possam encontrar um local com o qual se identifiquem, podendo assim exercitar suas aspirações de trabalho e aprendizado.  Fosse a Umbanda codificada; se todas as casas “tocassem o mesmo atabaque” e “rezassem pela mesma cartilha”, não alcançaria a todos os necessitados; seria apenas uma religião como as outras.

E o tempo urge.

A Umbanda faz isso mesmo, encurta a distância entre o ser humano e a religiosidade.  Não apenas exige uma mudança de valores para a pessoa, mas se molda ao consciente coletivo de cada quadra geográfica.  É como a mãe que se abaixa para pegar o filho no colo.

Então na Umbanda pode tudo?

Desde que satisfaça  a máxima “A manifestação do Espírito para a Caridade”, pode!

Numa colocação mais “nerd” poderíamos falar que na “matrix” religiosa em que vivemos a Umbanda é a única religião “open source”!

Quanto ao ritual, este é talvez o aspecto menos compreendido dentro da religião.  Não só o ritual, mas a forma fluídica com que se apresentam os espíritos.

O próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas em sua primeira manifestação, durante uma seção Espírita, foi convidado a se retirar advertido de seu estado de atraso espiritual, simplesmente por se identificar como o espírito de um índio brasileiro.  Alguns médiuns conceituados criticam abertamente a figura do Preto Velho, conceituando-o como “um ser atrasado”, pela sua forma fluídica!  Sem falar em Exú, Bombogira…

Inclusive se sabe que muitos dos espíritos que trabalham na Umbanda não possuem realmente a forma fluídica com que se apresentam.  Mas por que isso ocorre então?

Aprendemos com os egípcios que a encenação dramática de vários princípios facilita a instrução, de modo que as lições são mais facilmente impressas na mente dos alunos. Tanto os rituais quanto os arquétipos representados nas formas fluídicas são um poderoso recurso psicológico, que abreviam em demasia o tempo que leva para a absorção e compreensão de valores mais elevados por parte de todos, sejam neófitos, praticantes ou simples consulentes.

Desta forma, o simples estar na frente de um caboclo de Oxóssi já vai começar a despertar em nosso sub-consciente a rigidez moral que este arquétipo representa, muito mais que ler ou ouvir uma palestra sobre o tema. E assim sucessivamente, com a humildade do Preto Velho, com a pureza de um Cosme, etc.

Igualmente poderosos são os rituais, antes de tudo uma técnica de despertar psíquico. Tendem a acordar a parte mais sutil do nosso ser, abrindo canais para níveis mais elevados de consciência através de informação e inspiração.

Mas, por mais bela que seja esta faceta da Umbanda, também encontra idéias opositoras colocando isso tudo como absolutamente desnecessário à evolução humana.

E quem está certo? O ser humano precisa ou não disso?

Com mais de 1 bilhão de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza enquanto a indústrias bélica e pornográfica faturam bilhões… Nem precisamos de números tão expressivos, basta observar como as pessoas se comportam no trânsito!

Precisa sim, e muito!!!

Na verdade, nem rituais nem formas fluídicas “exóticas” seriam necessários para a ascensão humana, desde que fôssemos todos suficientemente evoluídos para não precisarmos deles!

E o tempo urge!

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Leia também: Qual o propósito da Umbanda? Parte 1

 

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