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Umbanda é pé no chão!

Todo Umbandista já deve ter ouvido a frase “Umbanda é pé no chão”. Mas será que todos sabem o porquê de ficarmos descalços em nossos terreiros?

São três motivos principais:

O primeiro é que o solo representa a morada dos nossos antepassados e quando estamos descalços tocando com os pés no chão, estamos entrando em contato com estes ancestrais e, consequentemente, com todo o conhecimento e a sabedoria que esse passado guarda.

O segundo motivo é o respeito ao solo sagrado e à todo trabalho espiritual e energético realizado no terreiro. Imaginem as inúmeras impurezas e sujeira dos sapatos misturados com diversos atos ritualísticos da Umbanda como o “bater cabeça”.

O terceiro ponto, também importante, é a percepção de que os médiuns servem de “antena” quando a energia é muito densa, assim se eles estiverem descalços, sem nenhum material isolante entre o corpo e o chão, a energia negativa se dissipa naturalmente no solo.  É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule ou leve determinadas energias consigo.  Além disso, podemos dizer também que realizar os trabalhos espirituais descalços é uma forma de representar a humildade e a simplicidade do rito umbandista.

Vale lembrar que o “pés descalços” era símbolo de escravidão, quando liberto, a primeira coisa que os negros procuravam fazer era comprar sapatos, o que de certa forma, faziam com que eles fossem inclusos na sociedade formal.

O significado da “conquista” dos sapatos era tão profundo que muitas vezes eles eram colocados em lugar de destaque na casa para que todos os vissem.

No entanto, ao chegar ao terreiro, espaço que havia sido transformado magisticamente em solo africano, os sapatos tornavam-se novamente apenas um símbolo de valores da sociedade branca e eram deixados do lado de fora. Ali os negros sentiam-se de novo na África e podiam retornar à sua condição de guerreiros, sacerdotes, príncipes, caçadores, etc.

Por Mãe Mônica Caraccio

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Publicado no JUCA – Jornal de Umbanda Carismática – Ano VI – nº 71 – Julho/2012

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